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O BRASILEIRO INGERE CINCO QUILOS DE DE VENENO POR ANO.

No suco de laranja, na salada de alface e tomate e até no básico arroz com feijão, o brasileiro ingere cinco quilos de veneno por ano. 
Frutas frescas, sucos naturais, legumes, verduras e cereais, ingredientes de uma alimentação saudável, certo? Nem sempre. No suco de laranja, na salada de alface e tomate e até no básico arroz com feijão, o brasileiro ingere cinco quilos de veneno por ano.
Pela segunda vez consecutiva, estamos no topo do ranking dos países que mais consomem agrotóxicos no mundo, que é vendido, da fábrica ao campo e do campo ao prato, como a salvação da lavoura, capaz de exterminar pragas, garantir alimentos de qualidade e em grande quantidade para abastecer o mercado e ainda sanar a fome do mundo. Alguém viu algum faminto por aí? O que fica escondido é o preço bem caro que todo mundo paga para manter esse modelo falido de produzir o pão nosso de cada dia.
Em primeiro lugar, tem a alta recorde dos alimentos. Quem compra comida já notou que o bolso ficou mais vazio ou a sacola está mais leve. O custo da produção de alimentos vem acompanhando de perto o preço do petróleo, matéria prima dos defensivos agrícolas e fertilizantes. As revoltas na Tunísia e no Egito foram parcialmente vinculadas à insatisfação com a alta dos preços da comida. Onde não tem prato feito, tem guerra.
Depois, vêm os danos à saúde, causados pelos agrotóxicos e deflagrados constantemente por pesquisas científicas, mas que governo nenhum ousa enfrentar. Depressão, alergias, desenvolvimento sexual precoce, disfunções hormonais, problemas neurológicos, má formação do feto, fraqueza dos rins, enjôo, diarréia. Leite materno contaminado!
Até agora, o sistema de saúde foi incapaz de notificar os problemas de saúde relacionados ao uso de agrotóxicos. O Ministério da Saúde tem se mostrado omisso em identificar intoxicações na saúde do trabalhador e no ambiente e difundir informação sobre os riscos desse veneno. Por que não faz uma campanha de amplo alcance, como fez sobre a Aids? Hoje em dia, o único setor que faz propaganda é o próprio agronegócio. Vai mal!
A bancada ruralista quer alterar a legislação para isentar o agrotóxico de impostos. Quer também mudar o Código Florestal para derrubar mais florestas e avançar sobre as fontes de água limpa. Quem está por trás das duas articulações? O agronegócio. Com o preço do petróleo nas alturas, eles estão pedindo arrego ao governo enquanto a população adoece e sobrecarrega o sistema saúde.
A pressão para alterar o Código Florestal tem efeito rebote. Aumentar a área de desmatamento em margens dos rios e nascentes, hoje protegidas por lei, significa expô-las à contaminação da água pelos próprios agrotóxicos, comprometendo a biodiversidade a qualidade do recuso mais vital e valioso para a vida no planeta. Por falar em água, a agricultura é o maior consumidor de água potável do mundo, pois usa sistemas de produção e irrigação obsoletos e fertilizantes que empobrecem e desertificam o solo, demandando mais água.
Um relatório da Comissão de Direitos Humanos da ONU, publicado em dezembro passado, revela que muitos agricultores de países em desenvolvimento podem dobrar sua produção de alimentos no prazo de uma década se deixarem de usar pesticidas e fertilizantes químicos e aderirem à agricultura ecológica. O método também torna o campo mais resistente ao impacto projetado pelas mudanças climáticas – enchentes, secas e alta no nível dos mares, que já deixou a água doce perto de alguns litorais salgada demais para poder ser usada na irrigação.
De acordo com o relatório, até agora, projetos de agricultura ecológica em 57 países trouxeram ganhos médios de 80% nas safras, usando métodos naturais para enriquecer o solo e proteger a plantação contra pragas. Coisas simples, como colocar patos para comer ervas daninhas em arrozais em Bangladesh, descobrir uma planta do Quênia que captura inseto, plantar árvores altas para sombrear cafezais e intensificar o uso de adubos naturais, feitos com sobras de alimentos e podas de jardim.
Enquanto a industrialização centralizou-se, a zona rural empobreceu e as cidades incharam, os Jecas Tatu de todo o globo desenvolveram tecnologias que podem salvar a lavoura. Está na hora de olhar pro campo. 
Edgar Alves da Costa Jr.
Projeto Extensão Inovadora em Modelos Sustentáveis de Produção:


Sistemas Agroflorestais e Manejo de Produtos Florestais Não-Madeireiros.
UFSCAR/MDA-CNPQ 36/2007

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